quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Paixão


Gosto de coisas tuas
da pele sua
nua e crua
com o brilho de teu olhar

Gosto de teu jeito 
meio sem respeito
que me aquece o peito
e me faz relaxar

E me vem uma ganância
que não aceita a distância
me lembrando a infância
pois aos berros, me ponho a chorar

Mas quando tu vem
com um certo desdem
me percebe e retêm 
ao ver meus olhos a me denunciar

E a tua presença
sem pedir licença
me nutri uma crença
que me vem a torturar

Mas é algo inexplicável
um sentimento indeterminável
que me apresenta inegável
fazendo-me apaixonar


Cidade

Onde há cidade
há som, barulho e tom
é cinza e colorida
como lábios com batom
vermelhos, bourbon

Amor e ódio
miscigenação
entorpecida em ópio
alienação
mantida em ócio
estagnação

Terra das oportunidades
afogada em morte
deixados aqui
a própria sorte
até que por final
a faca corte

Estrutura
forma, arranjo e arquitetura
ideias e ideais
cidade-homem
homem-cidade
tanto faz.

Sorriso sem par

Sorriso sem par
dançando bailão
rodava e cantava
simulando co'as mãos

Alegre sorriso
beleza no andar
sem mais prejuízo
se bastará de amar

Bailava sozinho
desencontrado
não querendo o sorriso
que lhe foi destinado

Corria e cantava
aderido ao chão
corria e cantava
no tal miocárdio, o tal coração